Para Daniela
Quando o verso se propõe
Em transparência e peso,
Muitas palavras são
Naufrágios de outros sítios.
Gosto de pássaros.
Por isso minha retina seca
No seu voo
Paralelo.
Me faz um pouco de asas
Do verão que agora nasce.
O tempo é verde.
Plantarei um dia o tempo no mar.
E brotará doce e triste
O brasil dos seus olhos.
Tão
Lento que me afoga
Nessa rede de descanso,
Vento que me afaga
No sal branco do rochedo.
Tenho, sim, mãos de colher palavras.
Mas a dor delas reunidas
Invade minha vida
No plantio agudo
Do eito contra as águas.
Essa noite
Dormirei
Ao seu lado
O arado da manhã.
sábado, 5 de dezembro de 2009
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Um comentário:
Lindo! Você conhece as danadas das palavras, parece até que elas confiam em você e se deixam levar nos ângulos de sua letra!
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