segunda-feira, 6 de julho de 2009

Alguém assim, alguém sem fim

Gaita em campo aberto, a saudade ao vento
Corre. E faz de outras paisagens a cama
Onde a palavra sem presença trama
A tua presença no meu traço lento.

Se o verso que ora escrevo é um porto em pranto
De cantos, pelo mar jangada afora,
Os negros já cantaram a dor que mora
Sem fim e na voz que adormece tanto.

Pau, laço preso em tuas mãos, trilha alguma
Que brinca pelos barcos, liberdade,
Se o verso é um porto frágil e a lua ruma,

Teu corpo foge solto com a saudade,
Há um corte que ainda sangra na canção
No samba, entre o mar, os ventos, o chão.

O título foi sinceramente tirado de uma canção de Paulo Tatit e Zé Miguel Wisnik.

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