Saluba Nanã!
me proteja.
Minha Mãe,
força de tanta força
na minha cabeça
eu visto um colar de botões brancos.
O que fecha abre
o que abre,
fecha
e tudo são círculos.
Tudo são estradas.
Elementos da lama, da muita força das idades
me proteja
que eu preciso caminhar rente.
Minha Mãe,
respeito e chão.
Que tudo são águas.
mãe mulher Iracema,
grávida de mim
tinha desejos imensos de comer terra.
A casa era de barro.
Ela madrugava insônias em busca de colheres,
raspava a parede, o barro da parede, de desejo que tinha
e comia.
mãe mulher Iracema,
guerreira de fala pequena,
de olho exato, de couro
nos pés
pilão.
Saluba Nanã!
me proteja minha Mãe.
Que tenho choros desconhecidos no ventre.
Proteja das calmas, proteja das dúvidas.
Senhora de idades incontáveis
Firme no meio do escuro
Firme desde o saco da criação
Firme Orixá.
Minha Mãe, e se não for?
Perguntas não há.
Mulher de placenta de palito de dendê
me receba.
Porque eu vou nascer.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
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2 comentários:
Tenho meu silêncio cada vez que leio um poema seu. Me parece que retorno, e sinto o começo do que procuro no presente. Tem um jeito de que venho vindo de muito longe, num tempo que me escolheram. Beijo, Fernanda. Me acompanhe.
Saravá Fernanda !!!
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