sábado, 13 de junho de 2009

Iniciação

Para pôr um pouco de sal no brasil
Basta o vento dos mares
Que trouxeram os negros.

Me guarde
Aquele que me escolheu.

Os riscos das folhas
Caídas na mata.
Sempre esses pássaros
Em suspensão na vida.

Para pôr um pouco de sal no brasil
Basta da mão que lança o tiro, a bomba,
Antecipando a morte.
Deixem que o tempo
Permita dizer de cada um

Quando é o tempo.

Porque sou feito de milho.
O que salga e colhe
Na plantação perdida de fim.

Me guarde três vezes
Aquele que me escolheu.

Um comentário:

Fernanda Rodrigues de Miranda disse...

Atotô Babá!
guarde três vezes esse meu amigo ateu.
Sacuda seu xaxará debaixo da terra onde pisa as andanças dele,
que é esta, a reza:
sentir o molhado da vida no pés.

Atotô Obaluaiê!
senhor do preto, do vermelho e do branco, senhor do espaço entre a pele e o ar, dos segredos.
Abençoa meu amigo ateu, e seu canto.