Quando eu escrever
Meu último poema
Venha o sol cobrir
Toda palavra
Numa sombra tênue
Toda palavra
Que não costurei à luz.
À luz dos campos
Do meu Brasil.
Um homem a vida inteira atravessa
As palavras.
Sal de jangada
Na margem do rio imprime
O voo do pássaro.
A mão breve leva enxada
E água.
A vida vem no fim.
Quando eu escrever
Meu último poema
Porei o bastidor no mar.
Aves de agulha e linha
Terão no bico a imagem
E a bússola aguda
Apontará ao norte
A morte
Bordada no texto.
Palavra é sempre sempre
Peixe pescado na rede.
sábado, 13 de novembro de 2010
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