A morte também.
O que tenho calado aqui dentro
vem
na porção desse mundo
pequeno
que as pessoas tem medo de nomear.
A dor.
Por hoje o tempo escureceu.
E nas ruas
o vento
assobiou
assobiou tanto
que meu coração
sentiu a alegria
e quis colher palavras
que dormem no sábado de Itapetininga.
Por isso precisei caminhar.
Pra acordar as palavras
e que não saíssem tão secas
e fossem conforto e carinho
e silenciassem como os bois
figuram sua pose sem peso,
prendendo o tempo,
a posse do vento
e das coisas que se movem.
Mas as palavras estão
por conta do sono e tristes,
passam ao largo caminho,
falseiam a natureza
de outro tipo de semente.
Estão longe das mãos
que prenham
o fio da pipa
pra rebentar a vida no ar azul.
A poesia não nasce pros homens.
Vi muita vir de toco de árvore
que apodrece no olho da mata
e tem assobio de meninos por trás.
Os homens nunca perceberam que o vento
é apoio pra melodia que sai da boca.
O vento só
o vento que me fez sentir a alegria
o vento que conhece o fim.
Por isso tive que andar.
Acontece é aos pouquinhos.
A morte também.
2 comentários:
Lindo! Adoro a delicadeza com a qual você trata as palavras. Abração!
Olá gente! Tdo bem? Te seguindo vc's tá!?? Quando der passem lá no meu cantinho tá!?
Bjocas!!
=)
Link do blog: http://thaiscavalcantemodaebeleza.blogspot.com/
Postar um comentário