terça-feira, 26 de outubro de 2010
Eles não usam Black Tie
terça-feira, 19 de outubro de 2010
sábado, 16 de outubro de 2010
Acontece
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Breve Historia da MPB (2a. parte)

Noel Rosa, não o melhor, mas o mais importante compositor da música brasileira, pois antes dele o único tema das letras era o romantismo, escreveu canções que são regravadas até nos dias de hoje, como Com Que Roupa?, Feitio de Oração, As Pastorinhas, Feitiço da Vila e Filosofia. “Um sujeito que dizia: ‘Que vou fingindo que sou rico pra ninguém zombar de mim’. ‘Fingindo que sou rico ...’, porque ele era riquíssimo, arquimilionário, de inspiração, arquimilionário de amigos, de tudo. Noel era o próprio samba, Noel era a própria Vila Isabel. Ele imortalizou a Vila Isabel. E se imortalizou em suas obras.” Ciro Monteiro, Programa Ensaio, 1972.
O mesmo Noel, morto em 1937, com apenas 26 anos de idade, deixou mais de duzentas composições, muitas lançadas após sua morte. O Poeta da Vila se reunia num determinado bar preferido, na Guanabara, com o Rei da Voz, Francisco Alves, um dos três maiores cantores da nossa história, pragmático garimpador de compositores, que vivia pelos morros e escolas de samba, em busca de parceiros para seus lançamentos que sempre eram sucesso de público, o que ocorreu entre 1926 e 1952, quando morreu aos 54 anos, em acidente de carro. “Sua morte arrancou lágrimas no Brasil inteiro. Os seus restos mortais foram transportados para esta capital durante a noite, e no dia seguinte filas intermináveis passaram diante do seu esquife. Multidões compungidas, chorosas, saudosas do seu ídolo desaparecido.”, assim noticiou o Jornal do Brasil, em referência ao acontecimento.
Também era presença garantida, ao redor da mesa, nas noites distantes da boemia carioca, Ismael Silva, outro importante compositor, parceiro exclusivo de Chico Alves, durante os anos de 1928 a 1935; um dos fundadores da 1ª. Escola de Samba da história a Deixa Falar que depois se chamaria Estácio de Sá; que divide com Bide (Alcebíades Barcelos) o mérito de ter inventado o tamborim. “Chico Buarque o tem na condição de primeiro mestre. Vinicius de Moraes, que lhe exaltava na obra, em primeiro lugar, ‘aquela perfeita maciez melódica’, reputo-o ‘um dos três maiores do samba carioca’. José Lins Grunewald confirmava-o, ao lado de Sinhô e Noel Rosa, no ‘trio básico de sambistas puros da fase de ouro da nossa música popular.’ ” Moacyr Andrade, Ensaio, TV Cultura. Esta união produziu clássicos como Quem Não Quer Sou Eu, Adeus, A razão dá-se a quem tem, Não Tem Tradução.
Infelizmente, como boa parte dos compositores e ritmistas ligados as raízes de nossa musica, Ismael Silva morreu pobre e solitário em 1978 com 72 anos de idade. “Pois bem, então eu vivo sozinho, infelizmente, mas eu tenho planos feitos, não hei de ficar assim toda a vida, não. Inda tenho que me casar, mesmo assim(...) Sou negro e como negro devo achar meu caminho na vida. A libertação muito recente não modificou em nada nossa situação. Somos postos de lado nas escolas, nos serviços. A identidade que nos envolve é penosa e devemos lutar para preservá-la. (...) Anote ainda duas coisinhas mais aí: o samba provocou a substituição da música européia pela de origem africana, na sociedade brasileira e mais: quando é que a gente poderia imaginar que aquelas brincadeiras fossem dar nisso? Uma coisa de esquina encher avenida? Hoje isso não é mais escola. É universidade, é academia, é faculdade, sei lá! A festa maior. Que coisa! (...) Faço sambas, vivo na pendura – vou ser internado para uma cirurgia. Tenho 72 anos. Quando sair do hospital vou fazer o circuito universitário, me apresentar emshows, cair nas atividades. O velho sambista tem de lutar pela sobrevivência, não é? ” Ismael Silva, Programa Ensaio, 1973 e em depoimentos para livro.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Filosofia
O senhor Hume desafia qualquer um a citar um único exemplo em que um Negro tenha mostrado talentos, e afirma: dentre os milhões de pretos que foram deportados de seus países, não obstante muitos deles terem sido postos em liberdade, não se encontrou um único sequer que apresentasse algo grandioso na arte ou na ciência, ou em qualquer outra aptidão; já entre os brancos, constantemente arrojam-se aqueles que, saídos da plebe mais baixa, adquirem no mundo certo prestígio, por força de dons excelentes. Tão essencial é a diferença entre essas duas raças humanas, que parece ser tão grande em relação às capacidades mentais quanto à diferença de cores.
A religião do fetiche, tão difundida entre eles, talvez seja uma espécie de idolatria, que se aprofunda tanto no ridículo quanto parece possível à natureza humana. A pluma de um pássaro, o chifre de uma vaca, uma concha, ou qualquer outra coisa ordinária, tão logo seja consagrada por algumas palavras, tornam-se objeto de adoração e invocação nos esconjuros. Os negros são muito vaidosos, mas à sua própria maneira, e tão matraqueadores, que se deve dispersá-los a pauladas.”
“A principal característica dos negros é que sua consciência ainda não atingiu a intuição de qualquer objetividade fixa, como Deus, como leis, pelas quais o homem se encontraria com a própria vontade, e onde ele teria uma idéia geral de sua essência [...] O negro representa, como já foi dito o homem natural, selvagem e indomável. Devemos nos livrar de toda reverência, de toda moralidade e de tudo o que chamamos sentimento, para realmente compreendê-lo. Neles, nada evoca a idéia do caráter humano[...] A carência de valor dos homens chega a ser inacreditável. A tirania não é considerada uma injustiça, e comer carne humana é considerado algo comum e permitido [...] Entre os negros, os sentimentos morais são totalmente fracos – ou, para ser mais exato inexistentes.
(HEGEL, Filosofia da História, pág. 83-86)
(TOCQUEVILLE, A democracia na América: pág. 262).