quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Passarinho, passa-rio.

Hoje senti o tempo envelhecer.
Pássaro pesado
sobre as vozes das pessoas.

Há um rio em cada um de nós
sem propósito algum
levando sempre o que fomos
num barco
possível.

O rio chamando chuva
bambus inventando o chão
sobrando seixos ao redor
e o vento
sempre o vento
me deixando pra depois.

Palavras não encontram pouso.
Por isso as ponho no papel,
para que descansem no único ninho
e sintam a ação amarelando a pauta
ressecando o suporte
desgastando a tinta.

Hoje tive um tempo de esquecimento
Pra não chorar.

Quero esquecer todo amanhã.

Hoje tive um tempo...
Passarinho da tarde azul
voando tão longe de mim,
quem pôs saudade na água?

Esse menino sou eu
procurando uma saudade
que ainda não aconteceu!

(Viria mais tarde,
Num tempo maior, infinito)

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