O vento enganado que me esconde a noite
Tem por si no engano
De me encontrar.
Se pedras arremesso me vem na fronte
O afago amargo
Do ar doce.
Onde planto flores em risco azul
Pintam-se madrigais
De um soco exato.
A poesia vira mentira de nossa verdade.
E verdade escrita
É ficção, alegoria.
Nada do mundo
Corre triste.
O que sinto é triste.
O dia passa com o que penso.
E morre em palavra usada
Quando posto no papel
O tempo do lápis
Esquecendo o grafite
No espaço branco.
Espaço infinito
Que não suporta o tamanho da vida.
Tão preciso e pequeno.
Fez um tempo de água
Fez um tempo de pedra.
Viver é partir sempre
No mesmo lugar.
Bem longe
Bem longe.
sábado, 12 de fevereiro de 2011
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Um comentário:
Bem longe.
As palavras finais ressoam como pílulas de um saber existencial condensado.
Gostei muito.
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